sábado, 11 de junho de 2011

Presidente Activo

(Foto tirada da Internet)

Ainda não foi à muito tempo que ouvimos o Presidente da República afirmar que iria exercer neste seu segundo mandato uma magistratura mais activa. Tal afirmação não é de estranhar pois tem sido regra que os Presidentes da República anteriores tem sido sempre mais activos no seu segundo mandato, talvez pelo facto de já não se poderem recandidatar uma vez mais.


Ora sabendo que a redução do défice das empresas públicas de transportes, para além das empresas aéreas, mas tambem destas, é uma das medidas prevista no memorando, e tendo em conta as recentes greves que têm vindo a ser marcadas repetidamente na CP e agendada para a TAP, seria de prever que o Presidente da República tivesse uma posição mais activa, passando talvez pela requisição civil, evitando assim os enormes custos a estas associados, que agravariam o défice e, que a ser verdade, no caso da TAP poderia mesmo por em causa o futuro da empresa.

Refira-se que à última da hora estas greves foram desconvocadas, não pela pacticipação activa do Presidente a acompanhar a execução do memorando de entendimento, mas sim por acordo com os sindicatos.

Mas analisemos o que estava em causa nas greves da CP. Ora de uma forma muito simples a grande reivindicação é que os funcionários da CP querem receder as horas trabalhadas aos sábados, domingos e feriados como horas extras (+50%, + 75%, + 100%) em vez de estarem escalonados de forma desfasada e receberem subsídio de turno, como é muito frequente em muitas outras indústrias.

A última greve da CP teve um custo de 3 milhões de euros apenas na CP Carga, numa empresa (CP) que possui já possui um défice de cerca de 3 mil milhões, já para não falar na perda de produtividade decorrente das entropias por ela provocadas.

Não pondo de qualquer maneira em causa o direito à greve, mas atendendo à actual situação vivida em Portugal, pergunto-me se será justo que todos nós andemos a pagar com os nossos impostos os custos destas greves, e o pagamento de remunerações desproporcionado, quando comparado com outros sectores, numa altura em que estão a ser pedidos enormes sacrifícios ao resto da população?

Pergunto-me se um Presidente que disse que iria ter uma magistratura activa e que iria estar alerta e vigilante ao cumprimento do memorando com a Troika, não deveria ter tomado posição nesta questão, impondo a requisição civil, minimizando assim o surgimento de elevados custos para a economia nacional em momento tão crítico como este?

Ou será que vamos ter um Presidente apenas activo no Facebook?? 




1 comentário:

João Roque disse...

E o senhor Silva, no discurso de 10 de Junho, já se "lembrou" de que a crise portuguesa se deve TAMBÉM à conjuntura mundial.
Tinha-se esquecido disso quando tomou posse, ou não lhe era conveniente referi-lo?

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