Toda a sua vida tivera havia seguido as regras que lhe eram impostas. Na sua infância, embora esta tivesse sido alegre, divertida e cheia de brincadeiras, tinha que seguir as ordens dos seus pais e dos seus avós. Na escola tinha que obedecer aos professores, seguir as regras que existiam, vestir a farda do colégio todos os dias. Nos seus tempos livres aprendia música e fazia atletismo, e também aqui o seu mundo estava repleto de disciplina e regras.
Depois veio a faculdade e as obrigações mantinham-se. Embora não fossem impostas de forma expressa, a necessidade de tirar boas notas para concluir o curso com uma boa mádia e assim poder arranjar um bom emprego e ter sucesso, era um espartilho invisível que condicionavam a sua liberdade. Continuava a fazer atletismo, treinando 3 vezes pos semana. Naquela altura na sua vida o seu dia dividia-se entre o estudo e os treinos de atletismo. Pouco tempo lhe restava para fazer o que ela realmente queria, para fazer o que lhe "desse na telha!".
Acabada a faculdade, começou a procura de emprego e as responsabilidades profissíonais que daí vinham. Passava o dia a correr de casa dos pais para o trabalho; do trabalho para casa dos pais; de casa dos pais para os treinos de atletismo; dos treinos de atletismo para casa dos pais, e ainda tinha que ajudar em casa, passando a ferro, lavar a loiça, limpar a casa, ir às compras.
Não tinha tempo para si. Não tinha tempo para fazer o que queria, o que lhe apetecesse.
Mas hoje era um dia diferente. Hoje era o primeiro dia de uma vida nova. Tinha deixado o atletismo, ou pelo menos a vertente da competição. Agora corria apenas quando queria, e porque queria. Mudara de emprego e criara a sua própria empresa. Trabalhava como consultora de imagem, fazia o que queria e tinha ganho uma autonomia financeira invejável. Comprara uma casa para morar sozinha. Ainda que adorasse os seus pais, necessitava do seu espaço, do seu cantinho onde pudesse ter a sua liberdade.
Hoje era o primeiro dia em que morava sozinha. Levantou-se cedo, calçou os seus ténis e saiu para a rua para ir correr. Tinha corrido durante 2 horas e apesar de cansada sentia-se bem, sentia-se feliz, sentia-se livre. Aproveitou o sossego de ser Domingo e de ainda serem 9h da manhã para se deitar no chão, no lancil do passeio, mesmo juntinho à estrada. Deixou-se ficar ali a observar o céu, invadida pelo suave aroma da relva intensificado pelo facto de ter sido recentemente regada, o que lhe dava aquele cheiro tão característico.
Continuava a adorar os seus pais. Continuava a ter que seguir as regras que a sociedade lhe impunha. Mas aquele momento era só seu. Naquele momento sentia-se livre.
Aquele era o seu Momento de Liberdade !!
Esta é a minha participação na 11ª edição Visual do blog Projecto Créativité
4 comentários:
:) Not bad! :) Eu goste destes desafios de ciatividade. Lá para domingo, visita o meu blogue :)beijo
Obrigado pelo comentário.
Fica prometido. Aliás passou a fazer parte das minhas visitas diárias.
Tens uma imaginação pronta para qualquer desafio, parabéns por este Momento de LIBERDADE!
Bjos
Muito legal e bem bolado! Adorei! beijos,chica
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