(Foto tirada da internet)
Aquilo que se adivinhava como sendo mais um tacho acabou hoje como um pote partido com a não eleição do Dr. Fernando Nobre como Presidente à Assembleia da República.
Até agora tinhamos assistido ao célebre discurso dos "jobs for the boys" por parte dos partidos que se encontravam na oposição que criticavam a nomeação para cargos de confiança política, qualquer que fosse o partido que se encontrasse no Governo.
No entanto nestas eleições fomos surpreendidos pelo facto de em plena campanha eleitoral, o então candidato, e actual Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, ter apresentado como cabeça de lista por Lisboa o Dr. Fernando Nobre, o qual aceitou ser cabeça de lista apenas para ser eleito como Presidente da Assembleia da República, tendo mesmo afirmado que renunciaria ao seu mandato de deputado se tal não viesse a acontecer.
Estas foram assim as eleições onde pela primeira vez se arranjaram "boys" quando ainda não havia "jobs", e o resultado está à vista.
Aquele que numa campanha eleitoral para as presidenciais afirmou: "Se não querem que eu vá para Belém, dêem-me um tiro na cabeça, porque se não me derem um tiro na cabeça, eu vou para Belém" parece que afinal não foi preciso, pois se em campo (eleições presidenciais) não conseguiu chegar a Belém, parece que na secretaria (como Presidente da Assembleia da República), como a segunda figura do Estado que poderia numa eventual situação de impedimento do actual Presidente da República poder vir a substituí-lo, sem que para tal fosse preciso dar um tiro na cabeça.
Mas foi após a segunda eleição não sucedida que se viu a espinha dorsal do candidato Presidencial Fernando Nobre, que se havia afirmado anti-partidário depois de em 2005 se ter identificado ideologicamente com o Bloco de Esquerda, para agora se identificar com o PSD, e acabar em beleza, não cumprindo agora com a sua palavra de que renunciaria ao seu mandato de deputado se não fosse eleito como Presidente da Assembleia da República.
Este é o exemplo acabado da enorme personalidade proposta pelo PSD para Presidente da Assembleia da República Portuguesa.
3 comentários:
Já não há homens de palavra como antigamente... é o Fernando Nobre, é o André Vilas Boas... enfim...
E é uma enorme derrota pessoal de Passos Coelho; nem sequer conseguiu o pleno de votos no seu partido.
Mais do que uma derrota mostra o carácter de Pedro Passos Coelho que tanto que se quis diferenciar de José Socrates e que antes de ser eleito já andava a prometer cargos que não dependiam só de si.
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