(Foto retirada da Internet)
Se há coisa que me irrita é a hipocrisia. Se há hipocrisia que me irrita é a hipocrisia constante dos nossos governantes e a sua falta de carácter, que apenas se permite sobreviver num país onde as pessoas têm memória curta e onde o que interessa é futebol, telenovelas e os reality shows como "Pesos pesados" e "Casas dos Segredos" e as redes sociais.
Começo a desconfiar que não passamos de um povo estupidificado pela televisão e pelas redes sociais, e que se assim não fosse e fossemos talvez um pouquinho mais parecidos com os gregos, talvez isto pudesse ser um pouquinho diferente.
Com tantas preocupações dos portugueses com os reality shows e com as redes sociais poucos serão aqueles que se lembram do nosso Presidente vir apelar ao esforço dos portugueses para ultrapassar a crise e apelar à solidariedade nesse combate.
O mesmo Presidente que veio afirmar que há limites aos sacrifícios que se podem pedir aos cidadãos comuns.
Pois bem, nestes dias em que se fala do OE para 2012 que prevê o corte dos subsídios de férias e de natal para a função pública (e também em 2013), foi hoje publicado em Diário da Republica (ver página 4658 a 4660) o Orçamento da Assembleia da República para 2012.
Isto não teria nada de especial. No entanto (ver foto) qual não é o espanto em que para o ano em que se prevê o corte dos subsídios de férias e de natal para a função pública, o orçamento da AR prevê um montante de cerca de 3 milhões de euros referentes a subsídio de férias e de natal.
Isto já para não falar dos cerca de 350 mil euros de subsídios familiares e a crianças e jovens quando os abonos de família a que os portugueses, o comum dos cidadãos, tinha direito tem vindo a diminuir significativamente e está condenado a desaparecer.
Outro dos exemplos glamorosos é o facto das pensões vitalícias de ex-políticos (nas quais o nosso excelentissimo Presidente, à semelhança de outros ex-presidentes) não serem abrangidas pelos cortes anunciados. Claro está que quando esta situação foi denunciada, o nosso Ministro das Finanças veio logo dizer que não seria bem assim, tentando remediar a careca que havia sido descoberta.
E agora pergunto eu, Sr. Primeiro Ministro:
Onde é que está a equidade fiscal?
Onde é que está a protecção daqueles que têm menos rendimentos?
Onde é que está chamar os que têm mais rendimentos a contribuir para pagar a crise, a tal dita solidariedade?
E Senhor Presidente, não seria agora o momento de vir a público alertar para este tipo de injustiças e contribuir para a sua resolução?
Onde é que está a sua magistratura activa?
Porque é que se tem dois pesos e duas medidas? Um quando não nos afecta e outro quando nos afecta directamente e aos nossos pares?
Então Xô Presidente, outro tabú?
É caso para dizer: Porreiro, pá!!!
1 comentário:
Subscrevo e assino tudo o que escreveste!
Ás vezes também me interrogo, afinal por onde andam os portugueses, quando acordarem , se acordarem já vai ser tarde.
beijinhos
Enviar um comentário