quinta-feira, 31 de março de 2011

Um Português - Nova Ortografia



No outro dia quando estava a visitar o blog JGCosta - para rir ou chorar deparei-me com um post sobre o novo acordo ortográfico, que pelos vistos vem complicar a vida dos dois lados do Atlântico.

Mas o melhor de tudo é que o amigo JGCosta tinha no seu post um link para um site que pode ser muito útil para confirmarmos as alterações do novo acordo ortográfico.

O circo chegou à cidade!!

(Foto retirada da internet)

A cada dia que passa mais me convenço que o CIRCO chegou à cidade. Depois da PALHAÇADA (com o devido respeito para os palhaços, que têm uma profissão tão digna como qualquer outra, ou mais ainda, pois conseguem-nos animar e divertir quando estamos aborrecidos ou chateados com alguma coisa) que foi a eleição Presidencial em Janeiro deste ano, onde muitos portugueses ficaram impedidos de votar pois não saberem qual a sua assembleia de voto, alterada aquando da obtenção do Cartão do Cidadão, uma vez que os mecanismos para obtenção desta informação (SMS e Internet) não funcionaram por não suportar o excesso de fluxo, eis que a CNE (Comissão Nacional de Eleições) decidiu lançar uma campanha publicitária para sensibilizar os portugueses a verificarem qual a sua assembleia de voto, prevenindo assim que a mesma situação venha a ocorrer em futuras eleições.

Isto dito assim até que parece bem. Até parece uma medida sensata, coerente e preventiva de futuras situações de privação dos direitos civis de cada um de nós. Mas será que é assim mesmo???

Esta campanha irá arrancar com spots publicitários que vão passar na RTP e depois nas outras televisões a partir de hoje, 5ª feira, 31/03/2011.

Até aqui tudo bem!!!

A questão coloca-se quando amanhã, 5ª feira, 31/03/2011, se perspectiva como sendo o dia em que o Presidente da República poderá vir a anunciar aceitar a demissão do Governo e a dissolução do Parlamento, anunciando a data das próximas eleições legislativas.

Mas o que é que isto tem a ver com a campanha lançada pela CNE?

O problema é que uma vez marcada a data das eleições legislativas, não é mais possivel aos eleitores requererem a alteração do seu local de voto para a área de residência actual, pelo que apenas pelo período de 24 horas será possível a sua actualização.

Ainda que se possa defender que os eleitores podem verificar qual o local onde votar de forma a o exercer, parece-me muito pouco para o eventual dispêndio de dinheiro na campanha, quando apenas existirá um período de 24 horas para a sua alteração.

Mas o que mais me chocou foi ver as declarações dos responsáveis da CNE, com um ar muito divertido, diga-se de passagem, como se os portugueses não passassem de uns palhaços, afirmarem que até que poderiam ter lançado esta campanha mais cedo.

Poder podiam, mas não seria a mesma coisa!!




quarta-feira, 30 de março de 2011

Coisas de que GOSTO (3): BOCA DOCE

(Foto tirada da internet)

Chocolate, Baunilha, Caramelo, Morango, ou Ananás......

isso não interessa, pois eu gosto de Pudins BOCA DOCE!!!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Suave brisa


O dia já ia longo estando quase a acabar. A luz dourada do sol que quase se sentava no horizonte era o prenuncio de uma noite de Outono que se aproximava velozmente. À sua volta um ensurdecedor silêncio, apenas quebrado de quando em vez pela harmoniosa melodia de um ou outro pássaro que por ali passava.

Maria estava sentada com o seu olhar fixo no horizonte. Um horizonte carregado de tons castanhos e alaranjados oriundos de longas árvores que ondulavam ao sabor do vento, produzindo um belo e suave murmúrio. O seu pensamento estava distante, muito distante dali. 

Maria deambulava calmamente por entre um conjunto de árvores que projectavam no chão as sombras ondulantes dos seus ramos e folhas. Junto delas existia um conjunto de bancos de jardim onde alguns idosos sentados conversavam entre si, quem sabe contando aventuras dos seus gloriosos tempos de juventude que não regressariam mais. Mais à frente existia uma elegante mesa de jardim, em ferro, onde dois homens de meia idade e tez morena aproveitavam o final do dia para jogarem uma calma partida de xadrez.

Maria caminhava lentamente sentindo no seu rosto a suave brisa do vento de Outono, ouvindo a melodia dos pássaros, o canto de uma cigarra mais à frente, o suave estalar das folhas alaranjadas caídas no chão, sempre que as pisava. 

Ao chegar junto de uns baloiços, Maria parou. Olhou para as correntes que suspensas de uma barra horizontal de metal estavam unidas por uma tira de lona preta que fazia de assento e decidiu sentar-se.

Começou a balançar lentamente as suas pernas e foi ganhando impulso, foi ganhando velocidade. Ao seu lado, no outro baloiço estava a sua filha de 7 anos, Rita, com os seus cabelos ruivos encaracolados a esvouçar na suave brisa de fim de tarde.

Maria foi ganhando velocidade, balouçando-se cada vez mais alto. Ritinha, a sua filha, tentava a todo o custo subir mais alto que a sua mãe, mas as suas pernitas pequenas não lhe facilitavam a tarefa. As duas, mãe e filha, competiam uma com a outra para ver quem subia mais alto, para ver quem conseguia tocar o Sol. A felicidade transbordava das suas faces, as gargalhadas sucediam-se acompanhadas pelo suave chiar das correntes dos baloiços. Os seus cabelos esvoaçam na suave brisa de fim de tarde. 

Nada nem ninguém poderia estragar aquele momento, aquele momento só delas, aquele momento em que mãe e filha se divertiam como se fossem duas irmãs, como se fossem as duas melhores amigas.

Maria ouviu então um sussuro do seu lado direito. Voltou a cara mas não viu ninguém. Apenas sentiu a brisa, a suave brisa do entardecer, que lhe provocou um arrepio frio que subiu pelas suas costas acima, uma sensação de desconforto. Voltou a cara para o seu lado esquerdo, para o outro baloiço, mas a sua filha, a sua Ritinha com os seus cabelos ruivos encaracolados não estava mais lá. O baloiço estava parado, apenas ondulando ao sabor da suave brisa.

Maria esticou as suas pernas e parou de repente. A sua filha não havia estado ali consigo. Maria tinha ido sozinha até ao parque, sentara-se no baloiço e começara a baloiçar. Queria voltar a sentir a mesma felicidade que tantas vezes havia sentido ali com a sua filha Rita. Mas a sua felicidade fora abruptamente cortada há três meses atrás quando a sua filha baloiçava ali mesmo e Maria havia voltado as costas para lhe comprar um gelado a um vendedor que por ali passava, e quando se voltou novamente a sua filha havia DESAPARECIDO.

Agora apenas Maria estava ali. Maria e a suave brisa do entardecer.

Será que algum dia Maria iria encontrar novamente a filha? O que lhe teria acontecido? Estaria bem? Estaria com frio? Estaria num baloiço?

Maria sentiu uma lágrima soltar-se, deslizar suavemente pelo seu rosto e secar-se com a suave brisa que soprava no final daquela tarde. A mesma suave brisa que tantas vezes sentira com a sua filha naquele jardim, naqueles baloiços.     
   
Esta é a minha participação na 10ª Edição visual do blog Projecto Créativité.

Concerto de uma vida!

(Foto retirada da internet)

Esta terça-feira (22/03/11), não importava se era dia de semana.
Não importava se tinha que sair do trabalho directamente para o concerto.
Não importava se tinha que jantar um hamburger no MacDonalds em menos de 5 minutos.
Não importava se ficaria de pé mais do que 2 horas, com as consequentes dores de pernas que daí viriam.
Não importava se teria que me levantar cedo no dia seguinte para ir trabalhar.
Não importava nada disto.

Este era um concerto IMPERDÍVEL!!
(Foto retirada da internet)

Imperdível porque provavelmente não assistiremos a mais nenhum concerto dos Pink Floyd.
Imperdível porque Roger Waters provavelmente não dará concertos durante muito mais tempo.
Imperdível pois não sabemos se Roger Waters voltará a Portugal.
Impordível pois é a reprodução, ainda que em menor escala, do concerto ao vivo dado em Berlim para celebrar a queda do MURO.
Imperdível pois celebra o 30º aniversário de um album ("The Wall") carregado de uma forte mensagem anti-guerra, que continua actual.

(Foto retirada da internet)


A expectativa era elevada mas não ficou defraldada.

O concerto foi absolutamente genial.
A sua mensagem, embora com 30 anos continuava perfeitamente actual.
A performance de Rogers Waters foi fenomenal, transportando-nos no tempo para os momentos em que ouvíamos o "The Wall" em vinil ou em CD.
Os efeitos especiais absolutamente fantásticos, efeitos esses que raramente se vêem nos concertos actuais, esfecialmente os efeitos de luzes e imagens projectadas no MURO construído em cima do palco.


(Foto retirada da internet)

Não tenho qualquer dúvida em dizer que este foi o CONCERTO DA MINHA VIDA! 

(Foto retirada da internet)

(Foto retirada da internet)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Descubra as Semelhanças !!!!


Qual a semelhança ???

Solução: Aparecem sempre em época de eleições !!!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Orgulho de ser PORTUGUÊS !!!!


Desde já confesso que sou Sportinguista, e que é com muita pena minha que não vejo a minha equipa nas competições europeias.

Mas são dias como hoje que me deixam verdadeiramente orgulhoso de ser PORTUGUÊS, ao ver que temos TRÊS equipas nos quartos de final da Liga Europa.

Quer-me cá parecer que este ano o CANECO vem para PORTUGAL.

segunda-feira, 14 de março de 2011

JÁ BASTA !!


PEC IV


Uma das medidas anunciadas pelo Governo para o novo PEC (PEC IV), tem a ver com a actualização das taxas do IVA.

Claro que todos nós pensámos que a alteração iria significar um agravamento, o que até poderá ser verdade.

No entanto, a boa notícia é que a Vaselina vai passar a estar ISENTA de IVA

A Crise e o esbanjamento !


Fez recentemente 10 anos que aconteceu a tragédia da queda da ponte em Entre-os-Rios. Muitos de nós ainda nos lembramos do horror e da angústia que sentimos naqueles dias ao ver os familiares e a população da região desesperados sem saberem dos seus entes, desaparecidos na calada da noite nas águas escuras do rio.

O país sofreu em conjunto, a sociedade uniu-se no apoio às vítimas e logo surgiu um rol de promessas quanto ao apuramento dos factos e das responsabilidades com a queda da ponte e quanto à construção de uma nova ponte que unisse as duas margens do rio.

Todos nós nos lembramos da angústia que foi o processo de buscas nos dias que se seguiram. Mas a verdadeira angústia essa foi a vivida por aqueles que perderam familiares nessa tragédia (pais, mães, filhos e filhas, irmãos e irmãs, ou até a perda de amigos ou conhecidos).

Essa angustia apenas se assemelha aquela vivida por alguém sempre que um barco de pescadores, ou outro qualquer, naufraga na nossa costa, e existem pessoas desaparecidas. Ou quando alguém cai ao mar, ou a um rio, ou mesmo quando acontecem tragédias como as enxurradas na Madeira.

E quando alguma tragédia dessas acontece, o que é que vemos???

Vemos homens e mulheres corajosos que põem a sua vida em perigo, no mais puro dos altruismos, com o objectivo único de salvar uma vida humana, ou no pior dos cenários, resgatar o seu corpo para que as suas famílias possam fazer o seu luto. Homens e mulheres que dão tudo o que têm mas que não dispõem de meios técnicos adequados para o fazer.

Hoje, como há 10 anos atrás, continuamos a ver as operações de busca e salvamento a serem interrompidas sempre que anoitece pois não existem helicópteros que possam efectuar buscas durante a noite, devidamente equipados com fortes holofotes que permitam assim que não se desperdicem horas cruciais nestas operações.

Mas por incrível que pareça, um país que se encontra na crise que todos sabemos, prefere gastar uma enormidade de dinheiro na aquisição de submarinos, blindados que não chegam e até mesmo um TGV, em vez de utilizar essas mesmas verbas a comprar helicópteros que permitam efectuar salvamentos nocturnos, e a equipar melhor os bombeiros e os hospitais e centros de saúde, ou até mesmo a melhorar as condições das nossas escolas.

Mas pelos vistos o que interessa, tal como o ex-embaixador dos EUA em Portugal, que considerava que os portugueses gostavam é de comprar brinquedos caros, que pouco contribuem para a melhoria das condições de vida dos portugueses, e apenas servem para aumentar o ego de alguns.

Quantas mais tragédias teremos ainda que assistir em que as operações de busca e salvamento sejam interrompidas durante a noite por falta de meios técnicos, com elevados prejuízos para a vida humana?

Mesmo estando Portugal a atravessar um crise sem precedentes a vida humana terá sempre algo de valor inultrapassável e que justificaria um reforço no investimento de meios técnicos para que as operações de salvamento pudessem minimizar a angústia e o desgosto que a perda de uma vida representa.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O Fim da Inocência

                                                                    (Foto tirada do Google)

Os ponteiros do relógio rodopiavam no seu movimento contínuo, sem descanso, sem retorno.

O desespero dele aumentava, cada vez que olhava para o relógio redondo, pendurado naquela parede branca, nua, fria, despida de qualquer elemento que tornasse a sala em que se encontrava mais acolhedora.

O relógio marcava 1 hora da manhã. Havia 3 horas que se encontrava naquela sala sombria e rudemente mobilada, onde sobressaíam as cadeiras de aspecto desconfortável . O seu corpo começava a ficar dormente, dorido, anestesiado. À sua esquerda, duas portas brancas, onde sobressaiam três letras vermelhas colocadas no centro de um pequeno rectângulo de vidro: U.C.I (Unidade de Cuidados Intensivos).

Apenas três horas tinham decorrido desde que o seu filho passara por aquelas portas mas parecia que tinha decorrido uma década. Ele não tinha notícias, não sabia como ele estava, ninguém lhe dizia nada. A angústia consumia-lhes as entranhas provocando-lhe naúseas.

Apesar de não ser supersticioso, o seu dia tinha sido azarado. O despertador não tocou à hora prevista. Estava atrasado para ir trabalhar. O esquentador avariou. Apesar de ser Inverno suportou o duche de água gelada e saiu de casa a correr. Chuvia torrencialmente. O trânsito estava caótico. Com a pressa de chegar ao trabalho, passou um sinal vermelho e ..... bateu com o carro. O embate foi grande. Desfez a frente do carro. A tentativa de chegar mais depressa ao trabalho atrasara-o ainda mais. O seu seguro automóvel seria agravado, e teria que pagar o arranjo do seu carro porque o seguro não o cobria. Era culpado. Ia ficar sem carta durante um mês. 

Atrasado e sem carro, restava-lhe tentar chegar o mais cedo possível ao emprego. Não tinha chapéu de chuva pelo que chegou ao emprego completamente encharcado. Faltavam 5 minutos para a sua reunião com um dos clientes mais importantes da empresa. A reunião correu mal, não estava concentrado. Perdeu o cliente. À tarde recebeu uma carta do banco a informá-lo que a sua casa ia ser colocada à venda num leilão para pagar as prestações em dívida. Apenas mais uma dívida a somar a tantas outras que se haviam acumulado nos últimos meses: o carro, a escola do filho, o cartão de crédito, a electricidade, e muitas outras.

Ao fim da tarde foi chamado aos Recursos humanos da empresa e informaram-no que fora despedido.

Não podia acreditar que tudo isto lhe estava a acontecer. O mundo desabava. Estava perdido, desorientado, angustiado, ENRAIVECIDO.

Caminhou sozinho para casa, angustiado, ENRAIVECIDO. Não sabia o que fazer. Apetecia-lhe morrer, desaparecer. Mas não podia abandonar a sua família. Caminhou desolado. Não reparava no caminho que seguia. Fazia-o de uma forma automática, inconsciente. Ia desatento, e ia sendo atropelado. Ficou ENRAIVECIDO. ENRAIVECIDO com o condutor que o ia atropelando. ENRAIVECIDO por não ter morrido.

Antes de chegar a casa decidiu parar no café da esquina. Precisava de uma bebida. Precisava de descontrair, de se acalmar, de aclarar as suas ideias. Precisava de pensar no que iria fazer da sua vida. Entrou. Viu um mesa vazia e sentou-se. Fez sinal ao empregado e pediu uma cerveja. Soube-lhe bem. Precisava de mais uma. Precisava de outra...... e outra...... e outra..... e outra..... e outra ........ e mais uma.

Uma hora depois, e 10 cervejas depois, saiu do café e dirigiu-se para casa. Entrou, posou a carteira, as chaves e o telemóvel em cima da mesa da cozinha. Sentiu o seu filho correr para ele. Ele vinha contente e a rir-se, deu-lhe o beijo na cara e disse-lhe: "Pai vi uns ténis muito giros, por favor compra-me os ténis.".

De repente sentiu-se novamente ENRAIVECIDO e desatou a bater no filho. Bateu, bateu sem parar, quando de repente o viu caido no chão inanimado. Tinha batido com a cabeça na parede e sangrava copiosamente. Agarrou no seu telemóvel e chamou uma ambulância: "Por favor Salvem o meu FILHO".

Agora alí estava ele na sala de espera da UCI, completamente desesperado. Era o responsável pelo fim da inocência do seu filho. Mas mais do que isso, tinha sido capaz do acto mais ignóbil, mais repudioso, repugnante, vergunhoso e odioso: Tinha batido numa criança, o seu filho.... o seu filho.

Não conseguia compreender como tinha sido capaz de cometer um acto tão hediondo, como podera bater daquela maneira em alguém tão inocente como o seu filho. O stress, os azares que estava a atravessar, não poderiam servir de desculpa para acto tão hediondo.

Ainda que um dia o seu filho o viesse a perdoar, ele nunca se perdoaria a ele próprio. Naquele dia tinha ultrapassado todos os limites. 


Texto para o tema de Março/2011 ("Violência") da Fábrica de Letras.




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...